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Advogado diz ter sido humilhado pela polícia ao tentar contactar activistas em julgamento

armandomaquengo
Abr 12, 2022

Os activistas em causa, pretenderam manifestar-se no sábado contra a contratação da empresa Indra para gerir processo de votação e para pedir libertação de outros activistas na Lunda Norte.


O Tribunal da Comarca de Luanda, retomou nesta terça-feira,12, o julgamento sumário de 22 dos 26 jovens manifestantes, entre os quais três senhoras, presos no último fim de semana pela polícia sob acusação “de realização de motim e desobediência à ordem de dispersão”.
O julgamento iniciou na noite de segunda-feira, 11, tendo o tribunal ouvido já quatro dos acusados.
A informação foi dada à VOA pelo advogado Simão Afonso, um dos três membros da defesa, tendo revelado que quatro dos detidos ainda não foram constituídos arguidos.
O causídico denunciou, entretanto, que nos dois dias em que os acusados estiveram sob custódia da polícia, foi várias vezes humilhado, ignorado e ameaçado por agentes da corporação e impedido de contactar os seus constituintes, tendo mesmo sido advertido que podia ser detido em caso de insistência.

“Dirigi-me à cadeia para saber da condição carcerária e de saúde dos detidos e fui claramente impedido e pediram que eu me retirasse da esquadra sob pena da minha detenção”, denuncia Afonso, acrescentando que no começo do julgamento houve, igualmente, uma “resistência” para que a defesa dos réus fosse aceite.