Economia

Angola fica com um terço das exportações de petróleo de 2021

manuelsumbo
Fev 23, 2022

As empresas petrolíferas que operam no País exportaram mais de 17 mil milhões de USD da receita bruta arrecadada em 2021, isto é, cerca de dois terços dos 27,28 mil milhões USD, resultante da exportação de 394,22 milhões de barris de petróleo.

Do valor total das receitas brutas de 2021 anunciadas recentemente pelo Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Angola ficou apenas com um terço, cerca de USD 10,3 mil milhões, revertidos em impostos pagos ao Estado por via das exportações das operadoras mais os 290 mil barris que o país tem direito, avançou o Jornal de Angola.

As empresas petrolíferas que operam em Angola exportaram mais de 17 mil milhões USD da receita bruta arrecadada em 2021, isto é, cerca de dois terços dos 27,28 mil milhões USD, resultante da exportação de 394,22 milhões de barris de petróleo.

Os mais de 17 mil milhões USD foram exportados por via da prestação de serviços e pelo pagamento dos investimentos feitos pelas multinacionais, com destaque para a Total Energies, a Esso, a BP, a Chevron e a SSi.

De acordo com esclarecimentos do especialista em petróleo e gás, Patrício Quingongo, no programa “Táxi Amarelo”da rádio LAC (Luanda Antena Comercial), da média diária de um milhão e 120 mil barris produzidos actualmente, Angola tem direito a 290 mil barris, ou seja, 800 mil barris ficam com as empresas operadoras, no quadro do Contrato de Partilha de Produção (CPP).

“Por isso, as receitas petrolíferas do Governo devem ser avaliadas com base nos 290 mil barris de petróleo dia, a que o Estado tem direito mais os impostos que as empresas pagam por via da exportação de barris de petróleo”, esclareceu.

O especialista acrescentou ainda que, da quantidade dos 290 mil barris dia, parte segue para as refinarias, outra para o pagamento da dívida para com a China, que se reverte em barris de petróleo e o remanescente sai em receitas para o Estado.

Em relação às multinacionais que operam no país, a sua produção é feita, maioritariamente, em 99 por cento pelo Contrato de Partilha de Produção, que é uma associação em que o Estado angolano faz com as empresas para a repartição dos benefícios, de custo e produção.