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Autoridades dizem que cadeias estão sobrelotadas no país

manuelsumbo
Dez 02, 2022

O director-geral do Serviço Penitenciário disse esta quinta-feira, em Luanda, que as cadeias do país continuam a registar sobrelotação, com 4.000 reclusos a mais da capacidade existente de 21.000 presos.

A situação foi abordada por Bernardo Gourgel, em declarações à imprensa, à margem da conferência sobre “O Direito a Viver com Dignidade nas Prisões”, organizada pelo Ministério do Interior em parceria com organizações das Nações Unidas.

O responsável referiu que o número de presos é crescente, mas está prevista, nos próximos tempos, a inauguração de cinco cadeias que deverão aliviar a situação.

“Nesse momento já estão aí em preparação três, que é a cadeia do Boma, na província do Moxico, a cadeia de Cacongo, em Cabinda, a cadeia da Matala, na Huíla, e a cadeia de Cassosso, no Cuanza Sul. Essas quatro pelo menos nesse momento estão a ser já apetrechadas, pensamos que nos próximos meses teremos a oportunidade de inaugurá-las e com isto desafogar um bocado essa sobrelotação que nós vivemos”, sublinhou.

O responsável frisou que está a ser realizado um estudo para aferir o custo diário de cada recluso, que hoje varia muito devido à inflação.

“Ainda não temos uma ideia, tínhamos estimativas há cinco anos, mas foi alterado com a inflação que o país vive. A estimativa naquela altura era de 50 dólares, mas penso que hoje está acima de 100 dólares por recluso”, referiu.

Segundo o director-geral do Serviço Penitenciário de Angola, o grande desafio é fomentar a atividade agrícola, para ocupar os presos e assim ter uma produção em grande escala.

“É um processo que já levamos a cabo, temos tido já alguns resultados, não de forma abrangente como desejamos, mas é um processo, esperamos que dentro de poucos anos consigamos alcançar isso e com isso reduzirmos os custos com os preços”, salientou.

O encontro contou com a participação da coordenadora residente das Nações Unidas, Zahira Virani, da representante regional do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, Jane Ongolo, e de membros do corpo diplomático acreditados em Angola.

Lusa