Baixa taxa de imunidade “obriga” OMS a promover vacinação contra a pólio em Angola
A Organização Mundial da Saúde (OMS) realizou uma extensa campanha de vacinação contra a poliomielite em todas as províncias de Angola para dar resposta à alarmante baixa taxa de imunidade, com apenas 60% das crianças angolanas protegidas contra a doença.
Embora Angola tenha eliminado a circulação do poliovírus em 2015, a análise dos dados de cobertura da vacinação desde 2022 até o primeiro trimestre de 2023 revela que a imunidade infantil contra os tipos 1, 2 e 3 do poliovírus está agora abaixo de 60%.
Num comunicado à Lusa, o representante da OMS em Angola, Humphrey Karamagi, destacou a urgência da situação, afirmando: “O tempo para agir é agora”.
Ele enfatizou a responsabilidade de todos em garantir que as crianças menores de cinco anos sejam vacinadas e protegidas contra a paralisia.
Em setembro, mais de 5,4 milhões de crianças com até quatro anos foram vacinadas em todo o país
durante duas rondas de vacinação. Essa operação envolveu 38 mil profissionais de saúde distribuídos
em quase 8.500 equipes de vacinação.
Felismina Neto, coordenadora do Programa Expandido de Imunização, enfatizou a importância contínua da vacinação, observando que “quando um caso positivo é relatado, 200 crianças ao nosso redor já estão infectadas”. A poliomielite é uma doença grave que pode causar paralisia irreversível, afetando principalmente crianças com menos de cinco anos, transmitida por água contaminada por fezes humanas, comuns em países em desenvolvimento.
