Bispos e Eleições – Gabriel Bunga
Muito barulho só com o pronunciamento da igreja. Depois de ter lido a Declaração dos Bispos, nada de anormal encontrei lá. A CEAST sempre exigiu eleições livres, justas e transparentes, desde 1992, 2008, 2012 e 2017. No entanto, o MPLA sempre ganhou.
Imagem: Vt N
Claro que, em todos estes processos houve sempre alegações da falta de transparência e da fraude. É normal que isto tenha acontecido em processos que envolvem várias instituições, entidades, mentalidades, atitudes, hábitos e costumes diferenciados.
Apesar de existir leis, como é sabido, as leis não têm concretização plena. Era bom que isto fosse possível. Tanto o MPLA e outras formações políticas, sempre quiseram realizar eleições livres e justas. Tanto os que lutam para manter o poder e bem os que lutam para o alcançar, todos gostariam de ganhar de forma convincente e sem margens para dúvidas.
Não me parece que a Igreja esteja contra o Executivo ou o MPLA, antes pelo contrário, está justamente no caminho certo indicado pelo próprio partido que sustenta o Executivo, na medida em que nada que a CEAST disse está fora da Constituição.
Não é verdade também que os Bispos estejam do lado da oposição, seja de que partido for. O que a Igreja fez é precisamente dar substância a nossa existência democrática no país, prevista na Constituição. É o MPLA que concretiza esta existência democrática.
Todos os cidadãos podem opinar, sugerir, exigir, pedir etc…mas quem implementa é o MPLA. Pelo que eu pessoalmente não me sinto encomendado com o pronunciamento dos Bispos. O MPLA está a fazer o seu trabalho de mobilização de militantes e de outros cidadãos para participar nas eleições e vencê-las de forma convincente.
Quem se estranha hoje com os pronunciamentos da Igreja Católica é porque nunca esteve atento a isto, nos momentos mais difíceis do nosso país. Sempre foi assim.
Em 1992, na véspera das eleições, a igreja Católica e o País receberam o São João Paulo II, o líder máximo da Igreja Católica na altura, os pronunciamentos tinham sido na mesma tonalidade e com maior impacto ainda. O MPLA ganhou as eleições, mas há quem preferiu ir às matas.