Cultura

Cantora Mana Yana quer mais valorização da música folclore

joaquimjose
Jun 03, 2022

A cantora angolana Mariana Elizabeth Chiengo “Mana Yana” apontou, esta sexta-feira, no Huambo, para maior valorização da música folclore, enquanto factor determinante para a preservação da cultura nacional.

Com 10 anos de carreira, Mana Yana, uma das renomadas artistas da província do Huambo, conta com uma obra discográfica no mercado, publicada em 2018, e tenciona colocar à disposição do público um outro CD, em Agosto próximo.

Falando à ANGOP acerca dos futuros projectos artísticos, disse que em Angola e, em particular, na província do Huambo, continua-se a fazer muito pouco em termos de valorização do folclor, apesar da boa qualidade que os músicos têm apresentado nas suas obras, com a abordagem sobres os hábitos e costumes da angolanidade e outras temáticas sociais.

Segundo Mana Yana, a produção de música nesse estilo tem sido como a “travessia no deserto”, pois não tem sido tarefa fácil para os artistas, sobretudo, para a sua sobrevivência, uma vez que a pouca valorização tem criado vários constrangimentos.

Acrescentou que a desvalorização é verificada em alguns órgãos de comunicação social que se têm recusado em divulgar músicas deste estilo tradicional, assim como alguns promotores de eventos que preferem dar prioridade aos temas cantados em português, alguns dos quais “sem qualquer proveito para a sociedade”.

Por isso, defendeu maior atenção à classe, para que continue a produzir músicas que reflictam os hábitos e os costumes da cultura nacional, na perspectiva de uma melhor conservação, divulgação e preservação.

Nesta conformidade, advogou a reactivação do projecto “Voz do Planalto”, que no passado absolvia os fazedores deste estilo musical ou na criação de um outro, de modo a dar mais oportunidade aos artistas.

A respeito da próxima obra discográfica, disse ser uma proposta de variedades de ritmos angolanos, como sungura, guero zouk, kisomba e afro house.

Mana Yana disse que a obra, de oito faixas músicas, é um trabalho mais maduro que o anterior e conta com as participações Moniz de Almeida, Mam Jaci e Ander.

Em Dezembro de 2018, publicou a sua primeira obra discográfica, intitulada “Amolangue”, que significa “Meu Filho” em Umbundu, com 14 faixas cantadas nos estilos semba, kilapanga, sungura, afro house, olundongo e onhatcha.

Entre as músicas interpretadas em português e umbundu, constam Amolangue, Mãe, Tchissola, Terra dos Sonhos e Saudade.

Mana Yana, nascida no Huambo a 24 de Março de 1987, tem como língua materna o umbundu. Começou a sua carreira artística aos cinco no coral de crianças da Igreja Evangélica Congregacional em Angola (IECA) e a profissional em 2012.