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Cyril Ramaphosa culpa OTAN pela guerra da Rússia na Ucrânia

joaquimjose
Mar 18, 2022

O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, culpou nesta quinta-feira, (17) a OTAN pela guerra na Ucrânia e disse que resistirá aos apelos para condenar a Rússia, em comentários que colocam em dúvida se ele seria aceito pela Ucrânia ou pelo Ocidente como mediador.

A guerra poderia ter sido evitada se a Otan tivesse atendido as advertências de seus próprios líderes e funcionários ao longo dos anos de que sua expansão para o leste levaria a uma maior, não menor, instabilidade na região”, disse Ramaphosa em resposta a perguntas no parlamento.

Mas ele acrescentou que a África do Sul “não pode tolerar o uso da força e a violação da lei internacional” – uma aparente referência à invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro.

O presidente Vladimir Putin caracterizou as ações da Rússia como uma “operação especial” para desarmar e “desnazificar” a Ucrânia e combater o que ele chama de agressão da OTAN.

O partido Congresso Nacional Africano de Ramaphosa, que governa a África do Sul desde que o governo da minoria branca terminou em 1994, tinha fortes laços com a antiga União Soviética, que treinou e apoiou activistas antiapartheid durante a Guerra Fria.

Por essa razão, a África do Sul às vezes é vista com desconfiança entre os rivais da Rússia no Ocidente, embora ainda tenha desfrutado de um alto nível de influência diplomática em relação ao seu tamanho econômico desde sua transição pacífica para a democracia.

A recusa histórica da África do Sul em tomar partido significa que “alguns estão até nos abordando em um papel que podemos desempenhar (mediar)”, disse Ramaphosa.

Nunca queremos fingir que temos uma grande influência que outros países têm, mas estamos sendo abordados. (Para) condenar um (lado) … exclui o papel que poderíamos desempenhar”, acrescentou.