Economia

Economia angolana tem sido resiliente a impacto do conflito na Ucrânia, mas há incertezas

manuelsumbo
Abr 01, 2022

O governador do Banco Nacional de Angola (BNA) considerou, esta quinta-feira, que a economia angolana tem se mostrado “resiliente” face ao impacto do conflito na Ucrânia, mas avisou que há “incertezas” que aconselham prudência na política monetária.

As declarações foram feitas no final da reunião do Comité de Política Monetária. De acordo com José de Lima Massano, “A economia angolana, como as demais, funciona num contexto de integração, de globalização, há efeitos que independente do distanciamento geográfico acabam por nos afectar”, disse

O governador apontou ainda impactos a dois níveis: no preço do barril de petróleo, que está agora acima das projecções mais optimistas, o que é positivo para os países exportadores como Angola, mas também efeitos negativos relacionados com a importação de alimentos e matérias-primas, devido à subida do preço das ‘commodities’, o que se vai refletir em termos internos.

 “A nossa economia tem-se mostrado resiliente. Isto verificamos também com o comportamento mais recente da inflação e a nossa expectativa é que se mantenha neste curso de abrandamento, daí mantermos a previsão para este ano em torno dos 18%”, salientou.

No entanto, complementou, o BNA está atento à evolução dos acontecimentos: “Actualmente estamos atentos a todos os efeitos, quer internos, quer externos, que poderão condicionar esta evolução e o BNA também está preparado para, com os seus instrumentos, influenciar a manutenção da estabilidade de preços”.

“O facto de termos um ligeiro abrandamento da taxa de inflação não nos pode permitir já fazer uma alteração do curso de política monetária, temos ainda muitas incertezas”, destacou o responsável do BNA.

José de Lima Massano reforçou que o banco central vai continuar a prosseguir políticas que conduzam à inflação de um dígito: “O que nós procuramos é a inflação de um dígito, as nossas acções a prazo têm de nos levar para inflação de um dígito”.

Lusa