Esclarecida suposta depreciação do Kwanza em Maio

A ligeira alteração cambial que se verificou na última semana de Maio, com o Kwanza a perder algum terreno para as principais divisas, não significa uma depreciação, mas justifica-se pelo regime de câmbio flutuante vigente, explicou o governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José de Lima Massano.

Falando essa terça-feira, em conferência de imprensa, no Lubango, província da Huíla, após reunião da Comissão de Política Monetária (CPM) do BNA, o governador sublinhou que no mês de Abril, a taxa de câmbio situou-se em USD/AOA 405,62 contra USD/AOA 446,44 do mês anterior, o que representou uma apreciação mensal de 10,06% e acumulada no ano para 36,82%.

Do lado monetário, segundo José Massano, a Base Monetária em moeda nacional manteve-se estável no mês de Abril, mas contraiu em 6,39% em termos homólogos. Por sua vez, o agregado monetário (M2) em moeda nacional expandiu em 4,97% no mês de Abril e 16,23% em termos homólogos.

Disse que não se trata de uma depreciação, mas admite que esteja acontecer uma pressão resultante da procura, que também não é provocada pela oferta, porque só em Maio, o BNA vendeu mais mil milhões de dólares aos bancos.

“Registamos, sim, nas últimas semanas e ao longo de Maio, uma certa pressão, mas nada que possa ser entendido como uma depreciação do Kwanza, pois até Abril tivemos uma apreciação da taxa de câmbio de cerca de 36 por cento”, disse.

Sublinhou que a oferta de moeda também não abrandou, o que estará a acontecer é um pico na procura, mas não se verificou qualquer indício de reversão do quadro que se assiste desde o início do ano.

Para inverter esta tendência, José de Lima Massano aconselhou os importadores a negociar uma taxa cambial a prazo com os bancos comerciais e evitar solicitações de última hora, que podem pressionar o sistema.

Angop