Estudo aponta que bebês que passam duas horas em frente às telas têm mais chance de desenvolver autismo
Um estudo analisou que bebês que passam ao menos 2 horas por dia utilizando telas têm cerca de 3 vezes mais chance de serem diagnosticadas com transtorno do espectro autista.
A análise foi feita por cientistas da Universidade de Yamanashi, no Japão, e publicada pela revista científica JAMA Pediatrics. Segundo os dados, a exposição excessiva ao uso de telas durante o primeiro ano de vida do bebê está significativamente associada ao diagnóstico de TEA aos 3 anos de idade.
Para chegar a esses resultados, foram analisados dados de cerca de 84 mil crianças japonesas entre o período de janeiro de 2011 a março de 2014. A princípio, os pesquisadores pediram para que pais com filhos de 1 ano de idade respondessem a um questionário sobre a quantidade de tempo que a criança passava utilizando telas. Depois, a mesma pergunta foi feita quando a criança completou 3 anos. Nessa fase, os pais também indicaram se seu filho havia sido diagnosticado dentro do espectro autista.
Do total de crianças analisadas, 330 (ou 0,4%) foram diagnosticadas com autismo aos 3 anos de idade. Dessas, 251 eram meninos e 79 eram meninas, apesar de a distribuição do tempo de tela ter sido semelhante entre os sexos. Os cientistas descobriram também que 90% das crianças tinham sido expostas ao uso de tela, antes do primeiro ano de idade, uma prática que a organização mundial da saúde (OMS) e a academia americana de pediatria (AAP) não recomendam.
Os pesquisadores acreditam que os campos eletromagnéticos emitidos pelas telas possam estar relacionados ao autismo. “Na infância, quando o neurodesenvolvimento está activo, fatores ambientais, como estimulação elétrica por meio de telas e estimulação luminosa da visão, podem afetar o neurodesenvolvimento”, disseram os especialistas.
Fonte: Revista Crescer