Exclusivo: Líder do PHA diz que os cidadãos têm medo de ir aos hospitais porque sabem que vão morrer
Florbela Malaquias, líder do Partido Humanista de Angola (PHA), considerou pobre (demais), o estado actual dos sistemas de Ensino e da Saúde em Angola, durante a entrevista exclusiva ao WI-AO, nesta terça-feira, 27 de setembro corrente.
Por: Armando Maquengo
Imagem: Joaquim José
Bela Malaquias faz esta declaração para o sector da Saúde, na medida em que, a título de exemplo recorda que sua própria filha que supostamente estava com malária em Angola, foi operada no exterior, pelo facto dos médicos, no Hospital Militar, não terem diagnosticado a apendicite que padecia, além do outro caso em que médicos administraram anestesias caducadas à senhoras parturientes.
Segundo Florbela Malaquias, os cidadãos hoje têm medo de ir aos hospitais porque sabem que vão morrer e não se vão curar.
De forma detalhada, disse que quando se vai aos hospitais não há medicamentos, reagentes e demais materiais de atendimento aos utentes, além da visível escassez dos próprios médicos, daí que, as pessoas que têm um poder económico preferem viajar para o exterior do país porque Angola não resolve várias situações de saúde.
“Não há tempo que se baste para falar do sistema de saúde em Angola”, atirou.
Sobre o sistema de ensino
A líder partidária, afirmou que não é preciso mais esmiuçar o que é a educação em Angola, quando se tem em conta o número exorbitante de adultos e crianças fora do sistema de ensino. “E aqueles que estão no sistema escolar estão mesmo a desaprender. Isto é que é a verdade”.
“O sistema de ensino bateu no fundo do poço. Bateu mesmo no fundo do poço. Eu sou advogada e tenho um escritório onde dou estágio para licenciados em Direito. Depois de me darem muito trabalho porque sabem muito pouco, resolvi fazer testes para escolher aqueles que podiam frequentar o estágio e havia licenciados que erraram seus próprios nomes e tenho guardados os testes para fazer referência nos meus próximos livros”, considerou.
Órgãos de comunicação social
Sobre os órgãos de comunicação social no país, Bela Malaquias entende que os profissionais desta área estão adequados ao modelo da Sociedade angolana, onde eles fazem parte, sendo por isso que não se pode pedir algo diferente disto que é esta sociedade.
“Eles são tão humanos, cumprem ordens como qualquer um cumpre e têm igualmente tantas dificuldades como qualquer cidadão. Então não podemos estar aqui a crucificar os profissionais da comunicação social”, defendeu.