Fábrica têxtil do Dondo arranca na primeira quinzena do mês de Junho
A Fábrica Têxtil Comandante Bula, ex-Satec (Sociedade Angolana de Tecidos), localizada na vila do Dondo, município de Cambambe (Cuanza-Norte), começa a produzir já na primeira quinzena de Junho, concluída a primeira etapa de recebimento da matéria-prima necessária para o funcionamento da indústria, essencialmente algodão.
Além das 80 toneladas de algodão, a Têxtil do Dondo recebeu Combernoiles (produtos para fabrico de tecido do tipo jeans) e peças sobressalentes, como correias, enquanto outras 540 toneladas de algodão estão por desalfandegar no Porto de Luanda, o suficiente para o arranque normal da fábrica, de acordo com o director-geral da Têxtil do Dondo, Alexandre Carlos Neto.
Tão logo parte de outras peças de reposição cheguem, notou o responsável, os técnicos farão a montagem e “vamos arrancar com apenas um turno”, experimentalmente. Quando a fábrica funcionar nos três turnos previstos, “c”, garantiu.
Alexandre Carlos Neto indicou que serão inseridos nos quadros da empresa, de maneira faseada, os 1.504 trabalhadores formados, até que a fábrica atinja 100 por cento de actividade em todas as áreas, como aconteceu durante o período de formação, em que se começou com a área de tecnologias têxteis, seguida pela de beneficiamento, fiação, malharia e confecção, respectivamente.
“Seguiremos o mesmo modelo na fase do arranque da produção até que todo o pessoal formado esteja dentro a desenvolver o que aprendeu durante a formação”, admitiu. No momento, a Fábrica Têxtil Comandante Bula conta apenas com 54 trabalhadores, número que, dentro de 20 dias, será elevado para perto de 200, tendo como prioridade a área da fiação, que deve contar, já na fase inicial, com cerca de 150 trabalhadores.
Além das áreas acima discriminadas, a fábrica tem laboratório físico e químico e sectores técnicos, como de tratamento de água, electricidade, mecânica e empalhadeira, entre outras.
Na fase embrionária, a formação do pessoal teve duas fases, sendo a primeira em 2016, com 602 pessoas, e a segunda, que terminou recentemente, com 902 formandos. As necessidades globais para a indústria estão em torno de 1.530 trabalhadores.
Construída numa extensão de 20.822 metros quadrados, não obstante o terreno adquirido à então Câmara Municipal do Dondo ter sido de 50 mil metros quadrados, com limites, a Norte, pelo Caminho-de-Ferro de Luanda e, a Oeste, pelo rio Mucoso, o perímetro comporta um bairro, denominado Residencial da Satec, composto por 33 casas geminadas.
Na altura, a fábrica suportava uma mão-de-obra de 1.200 trabalhadores, que se dedicava na confecção de tecidos estampados, cobertores, toalhas de mesa, fraldas e, ultimamente, no tingimento de Sarja, mais conhecida como jeans, para o exército.
Estando numa placa giratória relevante, que facilmente permite atingir todos os pontos do país (Centro, Sul, Norte e Leste), parte considerável da produção da Têxtil do Dondo, foi transportada para essas regiões, onde facilmente foi comercializada.
À época, a matéria-prima foi produzida, em escala, no Dondo, Catete e na região de Malanje. Por outro lado, a maquinaria instalada na Satec era de segunda-mão, oriunda de Moçambique, Portugal e África do Sul. À data da paralisação, já não havia capacidade de produção visível, já que até produtos auxiliares passaram a ser fornecidos pela Textang II, de Luanda, e África Têxtil, de Benguela.
Fonte: Jornal de Angola