Politica

FLEC-FAC avisa que vai desestabilizar eleições presidenciais em Cabinda

manuelsumbo
Abr 12, 2022

A Frente para a Libertação do Estado de Cabinda – Forças Armadas de Cabinda (FLEC-FAC) avisou esta terça-feira que “desestabilizará as eleições presidenciais de agosto”, classificando como “uma provocação” a sua realização no território de Cabinda.

“O alto comandante militar da FAC promete ao governo que vai desestabilizar as eleições presidenciais de agosto próximo na província de Cabinda.

Organizar estas eleições em Cabinda representa para a FLEC-FAC uma provocação e um gesto de não ao respeito do nosso território por Angola, por isso informamos que todas as assembleias de votos serão centro de atenções das FAC”, escreveu a organização em um comunicado.

Na mesma nota, a FLEC-FAC diz ter tomado o controlo da Base Militar de Kisungo durante mais de duas horas, após “fortes combates” que deixaram 15 militares angolanos mortos e outros quatro feridos.

Na mesma operação, a FLEC-FAC diz ter recuperado várias armas, assim como equipamentos militares.

“Depois de tomar a base militar de Kisungo, as Forças Especiais da FLEC-FAC se retiraram por ordem hierárquica”, acrescenta a nota, assinada pelo tenente-general Gelson Fernandes N´Kasu.

A FLEC, através do seu “braço armado”, FAC, luta pela independência daquela província, alegando que o enclave era um protetorado português, tal como ficou estabelecido no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885, e não parte integrante do território angolano.

Já na semana passada a FLEC-FAC apelou “a todos naturaia de Cabinda” para que boicotem as eleições gerais do país previstas para o mês de agosto.

“Votar nas eleições de Angola é um ato antipatriótico e de submissão ao colonialismo angolano. Votar nas eleições de Angola em Cabinda é aceitar ser escravo do Governo angolano e validar todas as humilhações, passadas, presentes e futuras, praticadas por Angola em Cabinda”, lê-se no comunicado a que a agência Lusa teve então acesso.

O movimento independentista de Cabinda considera que “as eleições em Angola não são eleições em Cabinda”.

Lusa