Greve dos professores do ensino superior segue sem fim à vista
O Sindicato dos Professores do Ensino Superior (SINPES) continua à espera do Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI) para dar continuidade do processo de negociação para acabar com a greve.
Já passa mais de um mês desde que se decretou a greve dos professores do Ensino Superior. Os grevistas dizem que não vão rescindir caso o silêncio do Governo se mantenha.
Aumento salarial, melhores condições laborais, pagamento da dívida pública e eleições dos corpos directivos das instituições públicas do ensino superior são algumas das reivindicações dos professores em greve desde 03 de Janeiro de 2022.
De acordo com um comunicado citado pelo Novo Jornal, no dia 7, o executivo mostrou-se disponível continuar a dialogar com o SINPES e adiantou que a paralisação das actividades lectivas prejudica a concretização do calendário académico e impede que uma grande parte de estudantes continue a sua aprendizagem. Segundo o Governo, as inquietações dos docentes universitários, constantes do seu caderno reivindicativo, têm merecido a atenção das autoridades do país.
Segundo o Secretário-Geral do Sindicato dos Professores do Ensino Superior (SINPES) angolano, Eduardo Peres Alberto, a greve, por tempo indeterminado, surge em consequência do “incumprimento” do memorando de entendimento assinado em Novembro de 2021.
Um salário equivalente a 2.000 dólares (1.700 euros) para o professor assistente estagiário e a 5.000 dólares (4.400 euros) para o professor catedrático são as propostas salariais do Sinpes para contrapor os actuais “salários medíocres”.
“Essa nossa proposta salarial resulta de um estudo dos salários praticados a nível da região da África austral e central austral, mas, no âmbito salarial, além do reajustamento é fundamental que esta seja indexada a taxa de câmbio diária e ser taxado o IRT (Imposto de Rendimento do Trabalho) porque os subsídios não são rendimentos, mas bónus”, argumentou o docente à Lusa.