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Human Rights Watch denuncia massacre de 300 pessoas no Mali

manuelsumbo
Abr 05, 2022

A organização de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) denunciou, esta segunda-feira, que as forças armadas do Mali, juntamente com soldados estrangeiros, terão executado de forma sumária cerca de 300 homens, no final de março.

Por meio de um comunicado, a HRW disse que a execução, que terá acontecido na cidade de Moura, no centro do Mali, é a pior atrocidade relatada há uma década no país que enfrenta uma rebelião de extremistas islâmicos.

O exército do Mali disse na sexta-feira à noite, numa declaração, que tinha morto “203 combatentes” de “grupos terroristas armados” durante uma operação numa zona do Sahel, no centro do Mali, que decorreu entre 23 e 31 de março.

A HRW disse que forças do exército maliano e soldados estrangeiros identificados por várias fontes como russos executaram, ao longo de vários dias no final de março, em pequenos grupos, várias centenas de pessoas que foram detidas em Moura.

A organização disse estar também a investigar o suposto assassinato de várias centenas de civis, ao longo de várias semanas, em março, por supostas forças do Estado Islâmico no Grande Saara, na região de Menaka, no Mali.

Mas a diretora da organização para o Sahel, Corinne Dufka, sublinhou que “os abusos de grupos islâmicos armados não justificam de forma alguma o massacre deliberado de pessoas sob custódia pelos militares”.

O governo do Mali deve investigar urgente e imparcialmente esses assassinatos em massa, incluindo o papel de soldados estrangeiros”, disse Dufka.

“Para que tais investigações sejam suficientemente independentes e credíveis, as autoridades devem procurar assistência da União Africana e das Nações Unidas”, acrescentou.

A violência terrorista deixou dezenas de civis mortos nas últimas semanas no centro e leste do Mali, na chamada região das três fronteiras (entre Mali, Níger e Burkina Faso), de acordo com a Missão da ONU ao Mali.

Lusa