Politica

Igreja Católica nega ruptura e fala em excelentes relações com o Governo

armandomaquengo
Abr 20, 2022

O presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), o arcebispo, de Saurimo, D. José Manuel Imbamba, desmentiu, terça-feira(19), em Luanda, informações segundo as quais a Igreja Católica, em Angola, está de costas viradas com o Governo, e apelou aos políticos a desenvolverem acções que ajudem os cidadãos, em período eleitoral.

José Manuel Imbamba, que falava aos jornalistas à saída da audiência com o Presidente da República, João Lourenço, no Palácio do Governo, à Cidade Alta, referindo-se às especulações feitas, sobretudo nas redes sociais, disse “tratar-se apenas de informações alimentadas por pessoas que desejam ver as duas instituições de costas viradas”.

“Esse descarrilamento nunca existiu, e se, for o caso, existiu apenas na mente dos fomentadores dessas ideias. Nós, Igreja, nunca tivemos fricções que chegassem àqueles níveis que geraram ou fomentaram nas redes sociais”, esclareceu o também arcebispo de Saurimo, para quem aquelas conclusões são da inteira responsabilidade de quem as fomentou e de quem quer ver essas duas instituições de costas viradas. “Mas não é o caso, felizmente!”.

O presidente da CEAST fez saber, a propósito do encontro com o Presidente da República, com cerca de duas horas, que o mesmo serviu, também, para falar das próximas eleições gerais, que o país organiza no próximo mês de Agosto. “É um encontro que se impunha, pelo momento que estamos a viver”, realçou o arcebis-po, tendo feito saber que o “assunto eleições” dominou toda a audiência. D. José Manuel Imbamba, que se fez acompanhar, na audiência, pelo arcebispo de Luanda, D. Filomeno Vieira Dias, disse ter partilhado com o Presidente João Lourenço ideias para a construção de um país inclusivo e que sirva a todos, e apontou caminhos para uma melhor gestão do momento político.

“O nosso conselho, na qualidade de Igreja, foi partilhado, pensando na hora que estamos a viver, de maneira a que nos eleve na dignidade de cidadãos, na dignidade de irmãos que sabem conviver na diferença, na dignidade daqueles que querem construir juntos um país inclusivo, um país para todos”, acalentou o arcebispo.

 Postura dos políticos antes das eleições

O presidente da CESAT apelou às lideranças partidárias a desenvolverem acções que ajudem os cidadãos, neste momento, a terem uma cultura da paz, da tolerância, da irmandade e do diálogo e convidou todos os angolanos a colocarem os talentos ao serviço de Angola. “Há que haver uma certa criatividade no fazer política, uma ética no fazer política, uma qualidade de linguagem no fazer política e uma disponibilidade para estar mesmo ao serviço da cidadania e sob a cidadania”, sublinhou.

O prelado referiu que no seu desempenho, a Igreja, tem apelado, várias vezes, a não colocação do “acento tónico” na militância partidária, uma tarefa que deve ser dos partidos.

“Se há um acento tónico a fazer, é sobre a cidadania. É aí, onde, todos nós, devemos fazer convergir as nossas inteligências, as nossas capacidades, de modo que saiam a ganhar, verdadeiramente, Angola, o cidadão e, por fim, saiamos todos juntos a sorrir por uma Angola de todos e para todos”, aflorou.

José Manuel Imbamba ressaltou que a audiência permitiu, ainda, relançar os caminhos da cooperação em relação à resolução de problemas sociais que continuam a afectar algumas comunidades no país. Disse que as ideias partilhadas com o Presidente da República foram, de maneira geral, as mesmas saídas da última Assembleia Plenária dos Bispos, sujeitas à consideração dos cidadãos angolanos.

“São vias que nós achamos necessárias para consolidar os caminhos da paz, da reconciliação e da unidade nacional”, afirmou.

Fonte: JA