Economia

Importação de alimentos custa ao país 2,8 mil milhões de dólares

armandomaquengo
Fev 02, 2023

O director de Estatística do Banco Nacional de Angola, diz que o país gastou, em 2022, um total de 2,8 mil milhões de dólares com a importação de alimentos.

O director de Estatística do Banco Nacional de Angola, Joel Futi apresentou os números, nesta quarta-feira, em Luanda, quando abordava sobre a Conjuntura  Económica Nacional aos operadores da indústria alimentar do país.

Conforme detalhou, do ponto de vista do volume de importação de bens, o indicador registado é de 13,6 por cento, isto é, representando um volume de importação de bens alimentares de cerca de três milhões de toneladas de bens.

Com relação aos custos dos bens alimentares, Joel Futi explicou ter havido um aumento ainda maior em cerca de 40 por cento. Significa que, neste sector, existem dois efeitos, nomeadamente, o da quantidade que aumentou em cerca de 14 por cento e, certamente, o preço, que também aumentou.

Ainda de acordo com o director de Estatísticas do BNA, as importações de bens alimentares, em 2022, tiveram uma tendência de aumento. O registo é de cerca de 46 por cento.

“Tendo em conta aquilo que é o segmento dos alimentos, os bens alimentares tiveram também uma evolução estável com um aumento na parte final do ano, fruto da pressão da quadra festiva, porque muitas empresas tendem a colocar os produtos em reservas em níveis altos, para a posterior não sofrerem risco de rotura durante época”, frisou.

No que toca aos bens alimentares essenciais, Joel Futi destacou como principais o arroz, coxa de frango, óleo de palma, óleo alimentar e açúcar. Todos estes produtos, disse, registaram aumento com excepção do sal. Esta subida, traduzida para o peso, refere-se a um aumento de cerca de 420 mil toneladas, que em termos de valor isso gira em torno de 535 milhões de dólares, correspondendo a 54 por cento.

Compra de arroz

Na questão das quantidades, o país importa cerca 600 mil toneladas de arroz, cerca de 200 toneladas métricas de óleo de palma e quase 300 toneladas de coxa de frango. No caso da farinha de trigo ronda nos 106 mil toneladas e a massa alimentar 14 mil toneladas.

Os níveis de baixa importação são absolvidos ou compensados pela produção, realçou Joel Futi.

“São quantidades acentuadas que mostra a necessidade também de se investir no segmento da produção, ao invés de continuarmos, recorrentemente, a importar esses bens. Sabemos que algumas empresas têm já estratégia de investir na produção dos mesmos localmente”, frisou.

Joel Futi reconheceu, no entanto, que o país já representa uma produção satisfatória para atender o mercado.

“A economia internacional teve alguns factores que influenciaram negativamente nos preços dos alimentos”, afirmou. De acordo com aquele responsável do BNA, os operadores de bens alimentares representam mais de 55 por cento do cabaz do Índice de Preços no Consumidor (IPC).

Com relação às perspectivas, tal como anunciado na última reunião do Comité de Política Monetária, o BNA alinha uma taxa de inflação até final do corrente ano em torno de 9 a 11 por cento e também que a economia cresça este ano em torno de 3,3 por cento.

JA