INAC repudia cárcere privado de menores ocorrido no Cuimba
O Instituto Nacional da Criança (INAC), na província do Zaire, repudiou, esta sexta-feira, em Mbanza Kongo, as sevícias a que foram submetidos dois menores de idade no município do Cuimba, por um suposto curandeiro.
Trata-se de dois menores de 7 e 8 anos de idade que foram encontrados, há dias, acorrentados e desidratados numa residência de um curandeiro, por alegada prática de feitiçaria.
Em declarações à Angop, o chefe dos Serviços Provinciais do INAC, Rafael Kidiwa, explicou que a sua instituição está a trabalhar com o Serviço de Investigação Criminal (SIC), no sentido de garantir uma protecção mais segura dessas crianças.
Informou que as mesmas estão a ser acompanhadas por vários especialistas de saúde, para despistagem de possíveis patologias supostamente contraídas durante o tempo que ficaram privadas de liberdade.
Após os resultados, segundo o responsável, os petizes serão encaminhados para o centro de acolhimento Frei Giorgio Zulianello, em Mbanza Kongo, onde permanecerão até o desfecho do processo.
Rafael Kidiwa teme pelo ressurgimento do fenómeno de crianças acusadas de prática de feitiçaria que durante os anos 90 e princípio de 2000 assolou a região.
Explicou que há mais de 10 anos que a província do Zaire não regista ocorrências deste género, afirmando que o INAC está a estudar o fenómeno registado no Cuimba para uma avaliação exaustiva.
Pediu à responsabilização criminal dos implicados (o curandeiro e a mãe das crianças), tendo, na ocasião, solicitado à população para denunciar casos desta natureza que eventualmente ocorrem nas suas áreas de jurisdição.
O município do Cuimba dista a 62 quilómetros da cidade de Mbanza Kongo, capital da província do Zaire.