Economia

João de Almeida disse que BODIVA e IGAPE deviam informar ao mercado a venda do BCI 

armandomaquengo
Jan 27, 2022

O jornalista angolano, João de Almeida, defendeu que, se a Comissão de Mercado de Capitais, nomeadamente a Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA) e o Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE) quiserem construir uma imagem reputacional imaculada no início das grandes operações, deveria informar o mercado sobre a operação da venda do banco.

 Por: Armando Maquengo  

De acordo com o jornalista, as bolsas devem funcionar com a maior transparência possível, sendo um dos pressupostos básicos desta transparência, a informação ao mercado. Disse por outra que, o mais importante do que os operadores são os stakeholders, ou seja, os clientes do banco. 

“Tive acesso ao R&C do banco e, assim contas por alto, o que foi pago não está distante do seu valor. Mais 5 ou 10 milhões de USD. Assim como tantas outras empresas por privatizar”, avançou João de Almeida, ressaltando que é moral e eticamente recomendável que toda e qualquer operação de aquisição e compra no mercado requer informação detalhadíssima ao mercado para criar e construir confiança. 

“A comunicação é um instrumento fundamental para o espaço público. Com o debate a decorrer neste momento na midia digital e no espaço público, a construção da narrativa que vai ficar é o que a opinião pública vai achar”, apelou, acrescentando que as instituições devem antecipar-se à especulação. 

Assim, João de Almeida reforçoa sua preocupação, segundo a qual o estado poderia ter embolsado um pouco mais do que foi oferecido pelo Grupo Carrinho se tivesse feito uma Oferta Pública Inicial aberta a todos os cidadãos com poupanças. E há muitos”.

“O IGAPE poderia abrir a venda a quem quisesse com um valor de licitação fixa e, depois, proceder a amálgama das fracções em função do valor de cada angolano comum. Estamos de acordo que olhando para o capital próprio e o resultado transitado o BCI não valeria muito mais, mas tornaria o processo mais transparente. O envolvimento da CMC e da BODIVA seria justamente para conferir legitimidade da operação em bolsa”, considerou.

João de Almeida, defendeu igualmente que o caderno de encargos e os termos de referência deviam ter previsto “compra aberta” dos cidadãos, acrescentando que, não tendo acontecido o processo ficou manchado. Para este, o estado teria ganhado mais se a oferta fosse aberta a quem quisesse participar e ter uma fracção na estrutura accionista do BCI. 

 Sublinhou ainda o jornalista que, o Conselho da Administração do BCI, de acordo com informação posta a circular, achou que o banco poderia ter sido vendido a um valor próximo dos USD 150 milhões. “Nem pensar! Basta olhar para o resultado do banco”. 

De salientar que, o Estado angolano, vendeu o Banco BCI ao Grupo Empresarial Carrinho por 16 mil e 500 milhões de Kwanzas, num leilão, a 17 de Dezembro, com a participação de dois concorrentes, cujo valor de venda do Banco de Comércio e Indústria (BCI), foi mil e 500 milhões de kwanzas acima do valor fixado inicialmente.