Politica

Marcolino Moco espera que a morte de JES sirva de lição que muito faz falta à Nação

armandomaquengo
Jul 13, 2022

O antigo primeiro-ministro angolano, Marcolino Moco, considerou a morte de José Eduardo dos Santos uma situação bastante difícil, depois do choque da notícia, apesar de ser uma morte anunciada “como de resto será a de cada um de nós, por enquanto vivos”.


Por: Armando Maquengo
Segundo dados que WI-AO teve acesso, Moco achou, por isso mesmo, oportuno tecer apenas algumas palavras, em relação a um homem que, apesar das suas limitações humanas, como as têm todos, impactou, por muitos anos, a vida de muitos seres humanos, especialmente, em Angola.

No plano humano, o antigo primeiro-ministro e antigo secretário geral do MPLA, Marcolino Moco,  aproveitou as redes sociais, para endereçar os seus mais sentidos pêsames à família enlutada, que não se resume apenas a laços de sangue, mas a todas as ligações humanas que teceu, ao longo de toda uma complexa trajectória de acção pública.

“No plano político (que, pessoalmente, considero eminentemente humano) exprimir um desejo profundo. Que ao desaparecer, fisicamente, a quarta figura mais importante do panorama político angolano (depois de Agostinho Neto, Holden Roberto e Jonas Savimbi), possamos terminar, finalmente, a absorção de uma lição que nos faz muita falta: o poder não nos dá o condão de sabermos mais que toda a nação, em toda a sua complexidade”, conforme Moco.

No seu entender, terá sido nisso que José Eduardo dos Santos se mostrou deficitário e onde o seu sucessor, João Manuel Gonçalves Lourenço, claramente, se mantém, tendo como instrumento principal, os aspectos “atipicamente” desconcertantes da constituição (formal e material) “eduardista” de 2010.

Com ou sem alternância, sublinhou, é necessária a mudança, para libertar energias sufocadas por este sistema, criador de tantas tensões, até mesmo quando morre uma figura do tamanho de José Eduardo dos Santos.

“Estaremos a projectar o nosso país para o progresso, eliminando, de vez, o signo de exclusão do “outro” com que se proclamou a independência, até aos nossos dias”, apelou.

Só desta maneira, segundo este, Angola estará em condições de celebrar todos os seus heróis, não esquecendo que foram homens e actuaram em determinadas circunstâncias, que entretanto já estão ultrapassadas. “Honra e Paz à alma do Presidente José Eduardo dos Santos”, concluiu.