Em causa está um tema que levantou a indignação da opinião pública moçambicana, com a descoberta, na última semana, de erros classificados como graves no livro de distribuição gratuita do sexto ano de Ciências Sociais.
Entre os vários equívocos, o destaque vai para erros básicos ligados à geografia de lugares históricos da região e do próprio país, que é colocado no livro como pertencente à África Oriental, enquanto faz parte da África Austral, num manual que também confunde, numa ilustração, o parlamento angolano com o moçambicano.
Além disso, é feita no mesmo livro uma leitura considerada “simplista” da colonização em África, que é descrita como um “período relativamente pacífico” no “plano político”, ignorando os massacres, torturas e repressões que caracterizaram a época.
“Foi constituída uma comissão de inquérito que se pretende que trabalhe de forma célere de modo que sejam levantadas todas as causas que levaram a que o livro se apresentasse deste modo […] É nossa expectativa termos algum resultado antes mesmo dos 15 dias”, declarou o porta-voz do Conselho de Ministros de Moçambique, Filimão Suaze, numa conferência de imprensa momentos após uma reunião do órgão em Maputo.
A comissão de inquérito criada é liderada pelo Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano. “Sendo identificados culpados neste processo, será feita a necessária responsabilização”, declarou Filimão Suaze.
Os erros que constam do livro, que chegou às mãos dos alunos quase no final do primeiro semestre, tem estado a levantar uma onda de indignação nas redes sociais, o que levou o Ministério da Educação e o Instituto Nacional de Desenvolvimento (INDE) a organizarem uma reunião urgente no último domingo, tendo, após o encontro, a porta-voz da entidade, Gina Guibunda, anunciado que serão distribuídas erratas pelas escolas de todo país.
No ensino público, Moçambique conta com um total de 13.337 escolas primárias e 677 escolas secundárias, segundo os últimos dados do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano.
Lusa