Cultura

Nossa Senhora da Loja do Chinês: Estreia de filme angolano é uma “notável conquista”

joaquimjose
Ago 09, 2022

O cineasta angolano Ery Claver considerou ontem uma “notável conquista” para o cinema angolano a estreia do filme “Nossa Senhora da Loja do Chinês”, agendada para quinta-feira, na 75ª edição do festival mundial Locarno Film Festival, na Suíça.

Já é uma considerável conquista para o cinema angolano ter um filme a concorrer num festival com mais de 70 anos”, afirmou ontem à Lusa Ery Claver, realizador da nova longa-metragem de ficção, produzida pela “Geração 80”.

O filme angolano “Nossa Senhora da Loja do Chinês” estreia na quinta-feira, no Locarno Film Festival, na Suíça, e a longa-metragem terá sete exibições para o público. “É uma forma de mostrar que ainda com todas as dificuldades no sector cultural, consegue-se cá produzir filmes com qualidade para serem representados ao mais alto escalão”, frisou o realizador.

O filme, que também concorre na categoria “Concorso Cineasta Del Presente”, conta a história de vivências angolanas num bairro urbano de Luanda, tendo no centro uma singular imagem de plástico de Nossa Senhora, em meio de ressentimento, ganância e tragédia.

Para Ery Claver, a presença da “Nossa Senhora da Loja do Chinês” traduz-se também “numa forma de incentivo para que não paremos de trabalhar”.

Um comerciante chinês, uma mãe enlutada, um barbeiro e um jovem desorientado estão entre os protagonistas do conto urbano.

O novo filme da produtora “Geração 80”, escrito e realizado pelo cineasta angolano Ery Claver, “é a continuidade do compromisso da produtora em contar histórias angolanas, de um país com uma confluência de culturas, e produzir cinema independente”.

Segundo a produtora, com 11 anos de experiência no sector do cinema e audiovisual em Angola, o objectivo deste novo filme “sempre foi contar histórias angolanas, de um país com uma confluência de cultura, de histórias e de vivências às vezes tão surreais que ultrapassam a ficção”.

“Abrimos os olhos para outras formas de fazer cinema, menos convencionais e mais adaptadas ao nosso contexto, uma atenção maior para o que já temos do que para o que nos falta”, lê-se num comunicado da “Geração 80”.