Politica

Ntony-a-Nzinga diz que fim do conflito militar não abranda confrontações sociais e económicas

armandomaquengo
Abr 05, 2022

O reverendo da Igreja Evangélica Baptista de Angola (IEBA), Daniel Ntoni-a-Nzinga, afirmou, em Luanda, que os acordos assinados a 4 de Abril de 2002 representam o fim do conflito militar, mas não as confrontações sociais e até económicas vividas diariamente pelos angolanos.

“Os acordos assinados a 4 de Abril representam o fim das crises militares, mas as confrontações sociais e económicas ainda não pararam. As confrontações militares são consequências de desentendimentos políticos”, assegurou Daniel Ntoni-a-Nzinga,  pastor da Igreja Evangélica Baptista de Angola (IEBA).

De acordo com Ntoni-a-Nzinga, em 2002, antes e depois da assinatura do acordo de 4 de Abril, trabalhou com o comité inter-eclesial, para a paz em Angola, que havia definido a paz como sendo ” experiência comum de vida juntos em harmonia”.

“Fico muito feliz com a conclusão do comité inter-eclesial, para a paz, que sugeriu ao país,  que a paz deve ser a experiência comum de vida em harmonia. Essas palavras não foram escolhidas para impressionar. É por convicção. No caso de Angola, para a paz ser paz, todo angolano deve estar a viver a mesma experiência com o outro”, enfatizou o pastor da IEBA.

Segundo o prelado baptista, quando se fala de experiência comum, quer dizer que o indivíduo ao andar, ao ouvir, ao estar em casa nada faz, que incomode o próximo e vice-versa. “Se eu estou com fome, porque não posso trabalhar, você sente que precisa, embora você comeu. E ao sentir, vai quer que algo seja feito, para o outro ter o que ele necessita”, assegurou, para acrescentar, que viver em paz afasta a inexistência de crianças e adultos na rua, uma realidade concreta pelo menos em Luanda.

Sobre a hipótese da ausência do Espírito Santo, que é o representante de Deus no homem e em Angola, o antigo secretário-geral do Conselho Angolano das Igrejas Evangélicas reconheceu que o mesmo se encontra em todos os lugares onde se encontra Deus.

“Não é a falta do espírito santo, o nosso problema. O ser humano pensa que ele pode fazer tudo, sem Deus. Nós tivemos um certo tempo que a religião não era importante na nossa vida. Poderíamos viver melhor sem a religião, não deu resultado. Por isso, quando nós não queremos obedecer à regra que Deus estabeleceu, as orientações que ele nos tem transmitido, não são acatadas, o que desemboca num longo conflito semelhante ao que vivemos”, enfatizou o entrevistado.

No que concerne aos preparativos para as eleições de Agosto próximo, o interlocutor aconselha ás autoridades que façam tudo, para resolverem os obstáculos encontrados ao longo do percurso.

No entender de  Daniel Ntoni-a-Nzinga, quando não há consensos da parte daqueles que estão a gerir o processo, daqueles que devem tomar decisões, o pleito eleitoral e as instituições do Estado podem ser desacreditados.

O fundador da Igreja Baptista em Angola, no pós independência, lamenta o facto de até agora o país estar desprovido de uma empresa capaz de suportar eleições, sem o concurso da empresa espanhola de soluções tecnológicas, a denominada INDRA.

Fonte: JA