Actualidade

O pequeno-almoço da esquina

manuelsumbo
Jun 13, 2022

A obrigação de chegar cedo ao local de trabalho, tem sido uma grande luta, sobretudo na capital Luanda. Por causa disso, muitos não conseguem tomar o pequeno-almoço ao saírem de casa.

Por: Manuel Sumbo

E para preencher esse vazio, em cada esquina da nossa cidade há sempre uma mulher sentada com um fogareiro acesso, banheira ao lado, a comercializar banana assada com ginguba, batata-doce ou mesmo bombó, assim como outros produtos. Elas são conhecidas como “mamãs dos primeiros socorros”, quando o assunto é comer alguma coisa antes de chegar ao serviço, escola ou a qualquer destino.

Uma prática que começa a ganhar espaço no meio de mulheres mais jovens. Durante a nossa rotina nos deparamos com a Telma, jovem de 22 anos, que vive no município de Viana e vende na Maianga.

“Eu começo a vender a partir das 5 horas da manhã e regresso para casa às 17 horas,” disse ela ao Wi-ao. Também contou que começou a vender por influência da sua mãe.

“A venda é boa e dá para sustentar a casa com isso” acrescentou, quando questionada sobre quanto consegue faturar por dia.

Nem tudo tem sido um mar de rosas para essas guerreiras. Nos congoleses encontramos a senhora Clementina João. Segundo ela, conta que a dificuldade que encontra é de não ter um lugar organizado para exercer a sua actividade em perfeitas condições.

“Hoje estou aqui, amanhã quando chegar vou encontrar outra pessoa. Você tem que procurar outro sítio”.

Em 2019, várias vendedoras foram comtempladas com carrinhos de venda de kitutes da terra, numa iniciativa da comissão administrativa da cidade de Luanda, com finalidade de empoderar as mulheres na perspetiva de combate à pobreza e criar condições de qualidade.