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Oito em cada dez angolanos “culpam” covid-19 por estagnação da vida pessoal e profissional

manuelsumbo
Nov 29, 2022

Uma pesquisa realizada pela empresa Kept People, consultora especializada em capital humano, confirmou que os efeitos da prolongada pandemia da covid-19 alteraram significativamente as motivações e o comportamento da força de trabalho no país. 

O estudo foi elaborado com base num questionário com os temas considerados mais relevantes, ao qual responderam 1.920 pessoas no período de abril a julho deste ano.

Em termos profissionais, 54% dos inquiridos afirmaram ter sentido estagnação na progressão da carreira e mais de 80% referem ter sido apoiados pela sua empresa para poder ultrapassar as dificuldades da covid-19.

Contudo, 79% referem que neste contexto deveria ter sido dada maior atenção aos colaboradores em busca de soluções e 86% dos inquiridos refere que as empresas deverão melhorar a orientação da carreira dos seus colaboradores, de uma forma mais ajustada aos novos tempos.

O inquérito destaca, por outro lado, que face à vivência da covid-19, vários aspectos da vida das pessoas passaram a ser mais valorizados, com 41% dos inquiridos a referir ter passado a dar mais importância à sua saúde mental e bem-estar.

“Na mesma linha, mas em menor percentagem, as respostas apontaram para o desejo de dar início a uma actividade de lazer (22%), passar a viajar mais (17%) ou em investir mais tempo a socializar (16%)”, salienta-se na pesquisa.

Para 32% dos inquiridos, atingir o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional é a medida para o sucesso profissional face à vivência deste período atípico, seguindo-se como os aspectos mais importantes o bem-estar e a saúde mental (com 22%) e uma maior flexibilidade na prestação do trabalho, incluindo a possibilidade de trabalho remoto (com 17%).

A análise concluiu que as motivações e expectativas da força de trabalho em Angola sofreu fortes alterações após a vivência do período da covid-19, sendo que aspectos como a saúde mental e o bem-estar, a relação com os outros e a necessidade de ser ouvido na construção das soluções passaram a ser ainda mais relevantes após a vivência do período pandémico.

Lusa