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PAIGC fora do novo governo da Guiné-Bissau

manuelsumbo
Jun 10, 2022

O novo Governo da Guiné-Bissau, de iniciativa presidencial, mantém quase todos os ministros do anterior executivo e não integra o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), segundo o decreto divulgado.

Segundo os decretos lidos à imprensa pelo porta-voz da Presidência guineense, Óscar Barbosa, a nova orgânica do Governo terá o gabinete do primeiro-ministro, 23 ministérios e 12 secretarias de Estado.

O PAIGC tinha admitido a possibilidade de integrar o novo Governo, mas o decreto da nomeação do executivo deixa entender que não houve acordo com o partido, que venceu as últimas eleições legislativas, realizadas em 2019, e que não fazia parte do anterior Governo.

O novo Governo é, tal como o anterior, constituído por elementos do PRS, do Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15) e pela Assembleia do Povo Unido — Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), liderado pelo primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, que foi reconduzido no cargo.

O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, dissolveu a 16 de maio o parlamento da Guiné-Bissau e marcou eleições legislativas para 18 de dezembro.

A decisão foi justificada, segundo o decreto presidencial, com o facto de a Assembleia Nacional Popular “recusar de forma sistemática o controlo das suas contas pelo Tribunal de Contas” e por “defender e proteger, sob a capa da imunidade parlamentar deputados fortemente indiciados pela prática de crimes de corrupção, administração danosa e peculato”.

“Situações que tornam praticamente insustentável o normal relacionamento institucional entre órgãos de soberania e que, por conseguinte, constituem grave crise política”, refere-se no decreto.

O artigo 69.º da Constituição da Guiné-Bissau refere que o Presidente da República tem competência para dissolver o parlamento em “caso de grave crise política, ouvido o presidente da Assembleia Nacional Popular, os partidos políticos nela representados e observados os limites impostas pela Constituição”.

As últimas eleições legislativas realizaram-se em março de 2019 e os novos deputados tomaram posse em abril do mesmo ano.

Lusa