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Peça “Cuidado com o Cão” alerta sobre melhorar condições de vida dos seguranças

joaquimjose
Out 27, 2022

Um segurança excêntrico que nunca termina um ano no mesmo posto de trabalho pelo facto de nunca conseguir saciar o desejo de comer picanha é o centro da peça “Cuidado com o Cão”, a ser exibida hoje, na Esplanada do Hotel Mombaka, em Benguela.

O texto é da autoria do dramaturgo angolano Tony Franpênio, será exibido, às 19h00, pelo grupo Everest Teatro e dirigido pelo encenador António Manuel Praia.

“Cuidado com o Cão” é um monólogo, do género comédia. De forma satírica a personagem conta a história de Felizardo Faztudo, um segurança excêntrico que nunca termina um ano no mesmo posto de trabalho pelo simples facto de nunca conseguir saciar o desejo de comer picanha.

Segundo o enredo da peça, o segurança procura a todo preço a melhoria das condições sociais e financeiras. A personagem é uma figura inconformada com o estilo de vida, cuja valorização e promoção da carreira nunca mais acontece, o que o deixa bastante desesperado e procura formas ortodoxas de melhorar a condição de vida.

A peça de teatro, faz um retrato sobre a vida social dos antigos combatentes e nacionalistas, que participaram na luta do 4 de Fevereiro de 1961, bem como daqueles que estiveram envolvidos no Processo dos 50.

O espectáculo dramático é, ainda, uma homenagem a todos aqueles que sacrificaram as vidas em combate na luta contra o colonialismo para a conquista da Independência Nacional, procurando dar vida a todas as figuras que muito fizeram para o alcance da paz no país e que hoje lhes são negados alguns direitos.

Com a peça, destacou, pretende-se alertar para a importância de se melhorar as condições de vida dos seguranças por tudo que já fizeram em prol da Nação.

Em declarações, ontem, ao Jornal de Angola, Manuel Praia, actor do monólogo e director do grupo, referiu que de forma alternada, o grupo exibe, quinzenalmente, peças de teatro no Hotel Mombaka, até à conclusão das obras de reabilitação do Cine-Teatro Monumental, em Benguela.

Manuel Praia disse que o desafio foi montar um espectáculo diferente da mesma peça já exibida, em Luanda, no Circuito Internacional de Teatro (CIT) e no Bié, pelo projecto de teatro “Invasão Cénica”, este ano.

O grupo, ressaltou, existe há quatro anos e tem estado a trabalhar em peças convencionais de intervenção. “Esta peça será histórica por se tratar do primeiro monólogo do grupo”, destacou. O grupo é dirigido pelo encenador António Manuel Praia.