Cultura

Poetas solicitam espaço adequado para potencializar a classe artística

manuelsumbo
Mar 22, 2022

O presidente do Movimento Literário Marista (Movilem) do Bié, Sílvio André, pediu esta segunda-feira às autoridades competentes a construção de espaços adequados para que os poetas possam mostrar a sua arte, para torná-la mais atractiva.

Falando à ANGOP, na cidade do Cuito, no quadro das comemorações do Dia Mundial da Poesia, que ontem se assinalou, o presidente do Movilem realçou ser necessário a criação desses espaços, com vista a potencializar a classe.

De realçar que na cidade do Cuito está em construção uma academia de artes e música. As obras estão já na fase terminal, com previsão de serem entregues em Agosto deste ano.  Terá salas para música, teatro, poesia, pintura, dois auditórios com 230 e 250 lugares, zonas de lazer e desporto.

Sílvio André, que publicou o seu primeiro livro em 2014, intitulado “Os cantos da Alma”, enalteceu a abertura, para breve, desta academia, embora a considere exígua, para aquilo que se pretende.

De acordo com o poeta, a meta é tornar a província do Bié numa referência, a julgar pelo interesse de novos escritores e declamadores que aderem ao estilo, por isso urge a necessidade de abertura de outros espaços nas demais municipalidades.

O Movilem, instituído em 2008, realiza anualmente o festival provincial de poesia. Controla perto de trinta declamadores.

Na cidade do Cuito existe também uma outra brigada de jovens declamadores, que, de forma variada, passa mensagens líricas e de intervenção social, com vista a despertar determinadas situações decorrentes no dia-a-dia nas comunidades. Outra grande preocupação apontada pelo jovem de 33 anos é a falta de transporte, para a dinamização das actividades.

Por isso, defendeu também uma maior sensibilidade dos gestores públicos, fundamentalmente dos administradores municipais, já que esta arte é também umas das formas de desenvolver o lado intelectual dos próprios munícipes.

Além do Cuito e Chinguar, afirmou ser muito difícil realizar actividades nos outros municípios, por o processo ser muito burocrático, que por vezes desencoraja certas iniciativas. “Já pensamos em realizar festivais no interior da província, mas sem sucesso, por falta de colaboração das administrações”, lamentou.

Actualmente, a província controla perto de 200 artistas, entre escritores e declamadores, número ainda não desejado, mas com um futuro promissor, em virtude do interesse demonstrado por adolescentes e jovens.