Cultura

Pongo apresenta  álbum “Sakidila” em Lisboa

manuelsumbo
Jun 01, 2022

A cantora Pongo apresenta, nesta quinta-feira, em Lisboa, “Sakidila”, álbum recentemente editado cheio de “gratidão”, criado no meio do caos que foram os últimos dois anos e que irá levar a vários países da Europa e ao Canadá.

A palavra que dá título ao primeiro álbum de Pongo, sakidila, significa obrigado em kimbundu.

“É gratidão. No meio de tanto caos, quando a gente consegue é gratidão. É agradecer, seja a quem ou ao que for, por estar vivo, por conseguir estar aqui. E, principalmente, além de realizares, poderes viver essa realização”, referiu Pongo em declarações à Lusa.

A carreira de Pongo na música começou aos 15 anos, quando deu voz ao tema “Kalemba (Wegue Wegue)”, dos Buraka Som Sistema. A ligação à banda acabou por durar “cerca de dois anos e meio”.

Depois disso, entrou “na luta, independente”, a tentar vingar a solo. Pelo caminho, aprendeu “muito” e levou “muitas rasteiras”.

Em 2019, já com 27 anos, editou o primeiro EP a solo, “Baia”, e no início de 2020 o segundo, “Uwa”, editado pela Caroline International.

Pongo entrou no ‘radar’ de vários meios internacionais, como a publicação NME, que a colocou na lista de cem novos artistas que iriam marcar 2020, e a estação BBC Radio 6 Music, que incluiu temas de Pongo na sua ‘playlist’.

Em 2020, foi uma das vencedoras dos prémios Music Moves Europe, que distinguem artistas emergentes representantes do “som europeu de hoje e de amanhã”.

Para esse ano, tinha programada uma digressão com datas em vários países europeus, a gravação do álbum de estreia e o plano de regressar à terra que a viu nascer, para retribuir com música tudo o que Angola lhe deu.

Entretanto, surgiu a pandemia da covid-19 e os planos acabaram por ser adiados.

Em “Sakidila”, Pongo mostra “energia, ‘power’, ritmo, velocidade”, em temas como “Bruxos”, que apresentou no ano passado na plataforma internacional de concertos COLORS, mas também há músicas mais calmas.

“Encontro-me como artista no registo mais calmo, mas também no mexer, no movimento. Queria transportar o que faço em palco, o que eu transmito em palco, para o álbum, que é um misto dessas facetas, dos sentimentos, e de histórias e vivências diferentes, que não é só saltos no ar o tempo todo. Porque a vida não é assim, na verdade”, partilhou.

Pongo reforça que “Sakidila” é “gratidão pela vida, gratidão por tudo”, e cada um dos 12 temas que compõem “acaba por explicar porquê da gratidão”.

“Espero que as pessoas sintam e compartilhem do mesmo”, afirmou.

O desejado regresso a Angola está previsto para janeiro do próximo ano: “Voltar à terra, ir para lá agradecer por ser parte daquela terra, e que por ser parte daquela terra é que eu me reconheço hoje e que o mundo também me reconhece como o pequeno ser humano que eu sou”.

Lusa