República Democrática do Congo pede expulsão de porta-voz da missão da ONU
O governo congolês pediu às Nações Unidas a expulsão de seu porta-voz na República Democrática do Congo (RDC), de acordo com uma nota oficial.
“O governo apreciará muito se forem feitos arranjos para que Mathias Gillmann deixe o território congolês o mais rápido possível”, escreveu o ministro das Relações Exteriores congolês, Christophe Lutundula, ao chefe da Monusco.
“A presença deste funcionário em território nacional não deverá fomentar um clima de confiança mútua e serenidade tão essencial entre as instituições congolesas e a Monusco”, acrescentou.
“Os comentários feitos pelo senhor Gillmann sobre a RFI afirmando que a Monusco não tinha meios militares para lidar com o M23 estão na raiz da tensão actual. Pedimos à Monusco de maneira amigável para deixar o país”, disse uma fonte do governo.
Desde 25 de julho, manifestantes furiosos saquearam as instalações da missão da ONU no país.
Quatro soldados de paz foram mortos em Butembo e pelo menos 28 manifestantes foram mortos em Goma, Butembo e Kanyabaonga (Kivu Norte). Quatro outros foram eletrocutados em Uvira (Kivu do Sul) quando sua marcha foi dispersada, de acordo com um relatório oficial.
A Monusco é uma das maiores missões da ONU implantadas no mundo, com cerca de 14.000 soldados em várias cidades do leste.
Desde 2019, movimentos pró-democracia e alguns eleitos locais pedem a saída da Monusco. Eles culpam a Monusco por se recusar a lutar contra os cerca de cem grupos armados activos no leste do Congo.