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Sociedade Civil exige à CNE aceitação do pedido para comparar actas sínteses devido às incertezas

armandomaquengo
Ago 31, 2022

As múltiplas Associações cívicas representativas da sociedade angolana, fazem tal exigência, face ao momento de crispação e incertezas resultantes da divulgação dos resultados eleitorais pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), que atribui vitória ao MPLA, com 51,17% de votos, contra os 43,96% da UNITA.

Por: Armando Maquengo
Em nota de imprensa que WI-AO teve acesso, esta Sociedade Civil organizada exige reposição de factos, considerando que o processo eleitoral decorreu num clima de constante irregularidades, sem transparência, justeza e lisura; no sentido de garantir a necessária credibilidade nacional e internacional às eleições, as distintas representações cívicas.

No documento, a Sociedade Civil exiga da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) a aceitação da solicitação da UNITA e do Movimento Cívico MUDEI para a comparação de todas as actas sínteses, de modos a comprovarmos a vitória do MPLA e, assim, garantir-se a verdade eleitoral expressa nas urnas, no dia 24 de Agosto de 2022, por um lado, e, por outro, da própria CNE que acate as orientações sugeridas pela União Europeia para que proceda à recontagem integral dos votos de forma transparente e com observação nacional ou internacional isenta e representativa.

Recomenda, em gesto de respeito aos seus eleitores, e exige da Direcção da campanha da UNITA uma comunicação pública em torno dos resultados eleitorais e que divulgue, no prazo mínimo de 24 horas, os resultados definitivos de sua contagem paralela.

Uma vez que não se consiga provar os resultados que dão vitória ao MPLA, segundo defende, esta deve ser declarada ilegítima, ficando a UNITA impedida de tomar posse num Parlamento resultante de eleições fraudulentas e, concomitantemente, devem ser anuladas as eleições e proceder-se a repetição das mesmas, tal como aconteceu recentemente no Quénia.

Os associados desse colectivo, acreditam que sem a garantia da verdade eleitoral nos próximos dias, continuam a pôr-se em causa – e de forma perigosa – a segurança do Estado angolano, a Paz e tranquilidade públicas.

Sublinha também que está em causa a determinação do Povo soberano, que só a este, compete a escolha e definição do seu futuro e destino, em caso de verificar-se a estranha vontade de os impor um governo que não seja resultante da livre escolha colectiva. “Convidámos a sociedade em geral, por via das suas mais diferentes estruturas sociais e individualidades, religiosas, filantrópicas, artísticas, intelectuais, associações cívicas, político-partidárias e demais patriotas, a fazerem parte do Amplo Movimento de Defesa da nossa Soberania, com vista a estabelecermos uma corrente única de luta em prol da justiça e verdade eleitorais e, por essa via, conferir dignidade aos seus votos, nem que isso implique a adopção das vias mais enérgicas possíveis”.

“Sendo conhecedores da sensibilidade do momento, do difícil ambiente que se criou para uma melhor tomada de decisão, nas condições a que chegamos, a luta pelo resgate da Pátria não pode, em primeira instância, confinar-se à simples e vã tentativa de acomodação de grupos específicos/particulares na Assembleia Nacional, mas, antes e pelo contrário, à salvaguarda de interesses coletivos e nacional, cuja expressão máxima encontra-se no plural sentimento de apoio e busca pela Verdade Eleitoral”, lê-se.

Subscrevem as organizações:

– Associação de Inclusão e Participação Comunitária (AIPC);
– ROSCCA (Cazenga);
– Terceira Divisão;
Sociedade Civil Contestatária (SCC);
– Filhos da Resistência;
– Iniciativa Comunitária do Paraíso (ICP);
– MP Crew;
– BCNK;
– FAMA;
– PIKK – (plataforma de intervenção do Kilamba Kiaxi);
– NBA (Belas);
– Projecto Fazer Agora;
– Iniciativa Comunitária e Participativa (ICP);
– Placa – plataforma Cazenga em Acção;
– PCA;
– Libertador de Mentes (LDM);
– MACKK;
– MPD;
– AIAC;
– Mizangala (Bengo);
– Laulenu (Moxico);
– Resistência Malanjina;
– MMDCP;
– Associação de Integração e Ajuda Comunitária (AIAC).