Teatro musical “Belas e Perigosas” aborda violência doméstica e promete impactar a sociedade

A produtora Mentes Fabulosas, junta em um só palco, cerca de 17 rostos com grande repercussão ao nível nacional, figuras públicas destacadas em várias áreas profissionais, desde músicos e actores, no sentido de retratar em arte cénica um dos problemas que mais enferma a sociedade angolana, cuja luta requer maior envolvimento de todos.

Por: Armando Maquengo

Imagens: Joaquim José

Em conferência de imprensa, nesta quinta-feira, 10 de março, em Luanda, hotel Palmeiras de Talatona, um acto que serviu também para apresentação do projecto e membros integrantes, a produtora executiva, igualmente atriz, Neide Van-Dúnem disse a apresentação em palco do primeiro teatro musical em Angola é uma actividade que a produção de esperança tanto do ponto de visto do empenho de cada integrante como de quem poderá assistir de perto ao acto. 

Fez ainda saber que a peça foi preparada durante dois meses, baseada num dos maiores eventos a nível mundial “Musical Chicago”, tendo sido adaptada à realidade angolana, ao mesmo tempo que conta com uma particularidade que terá como participante o público. 

Neide detalhou que o público vai ditar o fim/ consequência da peça escrita por Tony Frampenio, através do voto, segundo aquilo que cada espectador concluir na medida em que for acompanhar o desenrolar da história. 

“A peça traz consigo uma temática muito séria. Nós abordamos a violência no lar, não só contra a mulher, mas no geral embora contra a mulher o índice seja maior. É por isso que temos vários casais para representarem um pouco do que acontece com os casais angolanos”, disse Neide. 

Questionada sobre as razões do custo alegadamente elevado do ingresso por pessoas, Neide criticou sem hesitar o facto de muitas vezes se ter dado maior valor às actividades do género, quando realizadas por actores estrangeiros e não para o nacional, exortando a que se dê valor ao produto nacional devido a adaptação à realidade angolana e qualidade. 

Por sua vez, o escritor e encenador, Tony Frampenio, referiu que a história foi escrita já a pensar nas personagens, logo após receber o convite da Mentes Fabulosas. 

Sem entrar em detalhes para não roubar expectativas, Frampenio explicou que a peça está contextualizada à realidade das comunidades angolanas e estendeu o convite, esclarecendo que a princípio a ideia partiu da actriz Neide, cuja adaptação enquadrava-se no Musical Chicaco. 

À imprensa, Rosa de Sousa disse, entre outros assuntos que o teatro não está a morrer, mas sim está no seu melhor pois existem outras produtoras para além de mentes fabulosas que não deixam a arte morrer. Obviamente, disse, é estratégico colocar no próprio teatro alguns nomes que vão ajudar mais ainda a manter a arte de representar.

Revelou por outra que, quando começou a fazer teatro pagava uma quantia, mas hoje recebe para entrar em cena. 

Vale referir que fazem parte do elenco que vai em cena neste domingo, 13 de março no CCB, em Luanda, em duas sessões, a partir das 16 horas, Ailsa Renata, Elizângela Gomes, Gilmário Vemba, Jaime Joaquim, Jéssica Pitbul, Joel Benoliel, José Rocha, Juddy da Conceição, Karina Barbosa, Leomarte Freire, Lesliana Pereira, Rosa de Sousa, Dalton Borralho, Sílvio Nascimento e Stella Magalhães, com a participação especial do cantor Big Nelo.