Terminal de contentores do Porto do Lobito já funciona com energia da rede pública
Oito anos depois da sua inauguração (2014), um Posto de Transformação de energia (PT) foi posto a funcionar esta segunda-feira (09), no terminal de contentores do Porto do Lobito, noticiou hoje a ANGOP.
Com capacidade de 15 kilovolts, o PT, além de fornecer energia aos postes de iluminação para facilitar o trabalho no período nocturno, vai também fazer funcionar as gruas mais pesadas.
De acordo com o administrador para a área técnica e segurança daquela empresa portuária, Joaquim Sobrinho, foram investidos no equipamento, 65 milhões de kwanzas.
O director de exploração de alta e média tensão da Empresa Nacional de distribuição de Energia (ENDE), José Lopes, presente na inauguração do PT, explicou que havia incompatibilidade entre os tipos de tensão da rede pública e a do Porto do Lobito, mas que foi encontrada uma solução para o problema.
“A rede pública a nível do Lobito e Benguela usa dois tipos de tensão, que são de 30 e 20 kilovolts, enquanto no Porto está instalado um sistema de apenas 15 kilovolts. Felizmente foi encontrado o equipamento com esta capacidade e o problema ficou ultrapassado”, informou o director
Por sua vez, o Presidente do Conselho de Administração do Porto do Lobito, Celso Rosas, afirmou que a empresa gastava neste terminal, em combustíveis e outros fluidos para os geradores, cerca de 50 milhões de kwanzas por ano.
“Com este investimento, o Porto irá reduzir significativamente os custos com energia, passando a poupar anualmente um valor estimado em 30 milhões de kwanzas, o que irá refletir-se de forma directa nos serviços prestados aos nossos clientes”, afirmou o PCA com satisfação.
Disse ainda que a empresa vende serviços e o custo da energia elétrica concorre para o preço final, logo, ao trabalhar apenas com energia dos geradores, os custos dos serviços tornavam-se caros, o que contribuiu para a falta de competitividade da empresa.
Por outro lado, segundo o PCA, a crise que afectou o mundo decorrente da pandemia da Covid-19 e as constantes flutuações cambiais que vão ocorrendo no país, afectaram de forma negativa na facturação do Porto, já que as taxas portuárias estão indexadas a divisa, (dólar).
Para contornar este problema, o Conselho de Administração teve de investir de forma prioritária na rede pública para o funcionamento dos terminais, nomeadamente o de contentores, o mineraleiro e o do Porto seco.
O terminal de contentores do Porto do Lobito tem um cais acostável de 414 metros, uma profundidade de 14,7 m, um terrapleno de 120 mil metros quadrados e uma capacidade estática para albergar 12 mil contentores, 330 dos quais frigoríficos.
Em relação a navegação, tem capacidade para 50 mil Toneladas de Arqueação Bruta.