Economia

Terminal de contentores do Porto do Lobito já funciona com energia da rede pública

joaquimjose
Ago 10, 2022

Oito anos depois da sua inauguração (2014), um Posto de Transformação de energia (PT) foi posto a funcionar esta segunda-feira (09), no terminal de contentores do Porto do Lobito, noticiou hoje a ANGOP.

Com capacidade de 15 kilovolts, o PT, além de fornecer energia aos postes de iluminação para facilitar o trabalho no período nocturno, vai também fazer funcionar as gruas mais pesadas.

De acordo com o administrador para a área técnica e segurança daquela empresa portuária, Joaquim Sobrinho, foram investidos no equipamento, 65 milhões de kwanzas.

O director de exploração de alta e média tensão da Empresa Nacional de distribuição de Energia (ENDE), José Lopes, presente na inauguração do PT, explicou que havia incompatibilidade entre os tipos de tensão da rede pública e a do Porto do Lobito, mas que foi encontrada uma solução para o problema.

“A rede pública a nível do Lobito e Benguela usa dois tipos de tensão, que são de 30 e 20 kilovolts, enquanto no Porto está instalado um sistema de apenas 15 kilovolts. Felizmente foi encontrado o equipamento com esta capacidade e o problema ficou ultrapassado”, informou o director

Por sua vez, o Presidente do Conselho de Administração do Porto do Lobito, Celso Rosas, afirmou que a empresa gastava neste terminal, em combustíveis e outros fluidos para os geradores, cerca de 50 milhões de kwanzas por ano.

“Com este investimento, o Porto irá reduzir significativamente os custos com energia, passando a poupar anualmente um valor estimado em 30 milhões de kwanzas, o que irá refletir-se de forma directa nos serviços prestados aos nossos clientes”, afirmou o PCA com satisfação.

Disse ainda que a empresa vende serviços e o custo da energia elétrica concorre para o preço final, logo, ao trabalhar apenas com energia dos geradores, os custos dos serviços tornavam-se caros, o que contribuiu para a falta de competitividade da empresa.

Por outro lado, segundo o PCA, a crise que afectou o mundo decorrente da pandemia da Covid-19 e as constantes flutuações cambiais que vão ocorrendo no país, afectaram de forma negativa na facturação do Porto, já que as taxas portuárias estão indexadas a divisa, (dólar).

Para contornar este problema, o Conselho de Administração teve de investir de forma prioritária na rede pública para o funcionamento dos terminais, nomeadamente o de contentores, o mineraleiro e o do Porto seco.

O terminal de contentores do Porto do Lobito tem um cais acostável de 414 metros, uma profundidade de 14,7 m, um terrapleno de 120 mil metros quadrados e uma capacidade estática para albergar 12 mil contentores, 330 dos quais frigoríficos.

Em relação a navegação, tem capacidade para 50 mil Toneladas de Arqueação Bruta.