UNITA condena com veemência repressão policial e morte de trabalhadores em Caculo Cabaça
O Secretariado Executivo do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA, manifestou a sua preocupação, nesta terça-feira, 31 de maio, pelos últimos acontecimentos ocorridos na barragem hidroeléctrica de Caculo Cabaça, em construção, onde três trabalhadores daquele projecto foram mortos e vários feridos, por forças policiais, ao reivindicarem os seus direitos.
Por: Armando Amquengo
Em nota distribuída à imprensa, a que WI-AO teve acesso, a UNITA condena, com veemência, tais actos que aconteceram na sequência de reclamações justas dos trabalhadores e insta as autoridades a porem cobro aos atentados à vida e à dignidade humana, que são direitos constitucionalmente consagrados.
“Haja responsabilização civil e criminal dos autores materiais e morais destes hediondos crimes”, defende o maior partido da oposição angolana.
Por outra, o Secretariado Executivo do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA, apela às entidades empregadoras, públicas ou privadas, a primarem sempre pelo diálogo para a solução das justas reivindicações dos trabalhadores e a terem, no homem quadro e trabalhador, o centro das suas atenções para o desenvolvimento das empresas, das famílias e consequentemente do País.
Entretanto, a UNITA solidariza-se com as famílias das vítimas, a quem e endereça igualmente os seus mais profundos sentimentos de pesar.
Também, o Fórum de Activistas Angolanos, uma plataforma da Sociedade Civil que integra activistas singulares e de várias organizações de todo o país, condenou com veemência, a repressão policial concorrida com a morte de três trabalhadores da Barragem de Kaculo akabeça, por disparos de arma de fogo durante uma Marcha na última quinta-feira.
Em nota de repúdio tornada pública na segunda-feira, a organização diz ter tomado conhecimento, por via dos órgãos de comunicação social e das redes sociais dos actos de repressão levados a cabo pela Polícia Nacional, na província do Kuanza Norte, na passada quinta-feira, 26 de Maio de 2022, contra os trabalhadores da empresa China Gezhouba Group Corporation (CGGC), na barragem de Kaculo Kabaça, que pretendiam realizar uma greve a fim de reivindicar melhores condições laborais.
Assim, os activistas, de modo geral, repudiam a brutalidade policial e o uso desproporcional da força que resultaram em vários feridos e vários mortos, instando às autoridades competentes a realizar um inquérito imparcial e independente, a fim de responsabilizar os principais autores deste acto hediondo que atenta contra a vida humana que é o bem supremo.
Ainda na mesma nota, a plataforma descreve a Polícia Nacional de Angola como sendo uma instituição fundamental na manutenção da ordem e da paz, mas para o efeito deve ser antes demais, republicana e actuar nos marcos da legalidade.
Para estes, não se justifica a morte de pessoas que estavam a reivindicar seus direitos constitucionalmente consagrados.
“As armas devem ser usadas como último recurso (e devem conter balas de borracha para situações desta natureza). A polícia quando é bem treinada tem outros meios para dispersar manifestantes ou grevistas, como o uso de gás lacrimogéneo, gás pimenta ou viaturas com água quente. Não se justificam os disparos à queima-roupa contra cidadãos civis, indefesos e desarmados”, defende o Fórum de Activistas Angolanos.