“Porque que a classe artística nunca lutou para defender o direito que é seu, defendendo a classe e não indivíduos?”
O músico angolano Yuri Da Cunha confessou que esta é uma das questões que tem lhe preocupado.
Por: Joaquim José
Yuri da Cunha deixou o coração falar mais alto nesta segunda-feira 23 de Maio, após publicar nas redes sociais vídeos de actuações da música ‘Atchu Tchutcha’, e mostrou descontentamento sobre a ‘falta de divulgação da imprensa angolana, e o não reconhecimento que a canção teve ao longo desses anos.
O artista partilhou dois vídeos, no primeiro vê-se a actuação dele, durante um show, no segundo mostra visivelmente o músico tanzaniano Diamond Platnumz, em uma performance, junto dos seus bailarinos dançando a música “Atchu Tchutcha”.
“Sim, lembro-me sim de todas as críticas, que me levaram até a alguma depressão. “Lembro-me de ter ganho um prémio de primeiro classificado na categoria ‘Melhor Afro House’, num dos tops da nossa terra e esse prémio foi dado a terceiros porque algumas pessoas achavam que não era boa ideia eu ganhar o prémio, mesmo tendo recebido muitos votos honestos”, escreveu o artista na legenda da partilha.
“Lembro-me de estar cansado porque já não sabia o que as pessoas realmente queriam”. “Mas lembro-me também que ganhamos vários prémios com esta música”, continua.
“Lembro-me também que Atchu tchutcha, foi música do ano e música do Carnaval 2014/2015 na ‘Ilha Coração’, música do ano nas Ilhas Maurícias, foi também a música do ano na África do Sul. “Lembro-me também de ter ganho o maior prémio que Angola já recebeu a nível da África junto a MTV BASE”. “Foi a melhor colaboração Africana daquele ano”. “Concorreu a 5 categorias na MTV, uma das quais Lusofonia”, sublinha.
O artista revela que “segundo os organizadores, a música teria de vencer também o prémio em Angola para poder ganhar o prémio lusofonia, mas quem venceu neste ano também mereceu.”
A música “Atchu tchutcha”, de Yuri Da Cunha, foi gravada há 10 anos, e o vídeo oficial foi disponibilizado no Youtube em 2013, tem 5 versões conhecidas espalhadas pelo mundo. Na África do Sul, o grupo Uhuru, no Brasil os artistas Lázaro Ramos e Maristela Müller, na França – Flavel Romero ft Logobi, em Moçambique – Dj Tarico ft Dj Robi, em Angola – Osvaldo Oc e Dj Beatness (Remix tarraxo).
“Lembro-me também de ter vencido outros tantos prêmios pelo mundo”. “Atchu tchutcha é a minha música com mais versões” fazendo menção que é a canção “que mais toca no mundo todo, sendo assim é a que dá melhor receita financeira a nível de direitos do autor”.
“Foi a primeira ou uma das primeiras músicas angolana a atingir 13 milhões de visualizações no YouTube. Uma das músicas angolanas mais ouvidas em toda África, a par da música ‘Windeck’ do nosso Cabo Snoop”.
“Este ano é a comemoração do Nono aniversário do Atchu tchutcha”, disse, acrescenta, “Duas perguntas minhas que não se calam dentro de mim”. “Porque que a imprensa angolana nunca divulgou toda essa informação? Porque que a classe artística nunca lutou para defender o direito que é seu, defendendo a classe e não indivíduos?”, termina.
